segunda-feira, 6 de abril de 2009

Ontem eu ouvi Beth Carvalho e Adoniram Barbosa




 

Ontem em ouvi Beth Carvalho e Adoniran Barbosa, dois ícones da Música Popular Brasileira, e que fazem com que o samba não morra jamais. Beth, carioca da gema, em seu DVD gravado em 2007, quando completou 40 anos de carreira e teve seu show gravado no Canecão, um dos teatros mais bonitos do mundo e que, pela primeira vez, recebeu um show de samba. É, pois segundo a história, samba não entrava nem pelas portas dos fundos do Canecão até bem pouco tempo. Como disse o cantor e compositor Noca da Portela - um dos convidados de Beth -, até o início do século XX, quem carregasse violão era preso e pandeiro dava porte de arma. E ali, vendo e ouvindo, graças a Deus, a nata do samba de raiz, entre eles os compositores Darcy da Mangueira e Ari do Cavaco, e ainda o Noca da Portela, Zeca Pagodinho, Sombrinha, Bira (presidente do Cacique de Ramos), Nelson Sargento e Almir Guineto. Muita adrenalina.

 

 

E lá de Sampa, do Bexiga, o grande, incomparável e saudoso Adoniran Barbosa, com o samba que fala do cotidiano do povo simples, da “Saudosa Maloca”, ou de uma canção chamada “Despejo na Favela”, mas que eu chamaria de “Hino da Injustiça Social”, de sua autoria e gravada junto com o também saudoso Gonzaguinha. Vamos à letra:

 

 

“Quando o oficial de justiça chegou na favela, e contra seu desejo, entregou pra seu Narciso um aviso pra uma ordem de despejo, assinada seu doutor. Assim dizia a petição: dentro de dez dias quero a favela vazia e os barracos todos no chão. É uma ordem superior, Ôôôôôôôô Ô meu senhor, é uma ordem superior.

 

 

Não tem nada não seu doutor, não tem nada não, amanhã mesmo vou deixar meu barracão. Não tem nada não seu doutor vou sair daqui pra não ouvir o ronco do trator.
Pra mim não tem problema, em qualquer canto me arrumo de qualquer jeito me ajeito, depois o que eu tenho é tão pouco, minha mudança é tão pequena que cabe no bolso de trás... Mas essa gente ai hein como é que faz?
ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ meu senhor, mas essa gente ai hein como é que faz”?

 

 

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